O “Projeto Nosso Cuiabá” é uma iniciativa do Instituto Criança, organização filiada à ONU, em prol das famílias que foram prejudicadas com a tragédia climática que assolou a região serrana de Petrópolis no início de 2011. Idealizado pelo empresário Eduardo Eugenio Gouveia Vieira junto à ONG, o projeto ajudou a mobilizar pessoas físicas e jurídicas para promover a revitalização da região e a construção de novas moradias. Até abril de 2013, mais de 20 famílias foram beneficiadas com novas casas, além de mobiliário, eletrodomésticos e utensílios de cozinha, e no fim do ano, estima-se que pelo menos 50 novas casas sejam construídas. A SOCIAL WAY entrevistou o presidente do Instituto da Criança, Pedro Werneck, que falou sobre este e outros programas educacionais e de desenvolvimento comunitário que a instituição realiza entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Confira a conversa, se inspire com a mobilização e saiba como ajudar!

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Como o “Projeto Nosso Cuiabá” começou e qual foi o papel do Instituto da Criança em seu desenvolvimento?
PW: O Projeto Nosso Cuiabá nasceu da angústia que abateu a todos nós nas trágicas chuvas que atingiram a região serrana do Estado do Rio de Janeiro, em janeiro de 2011. Este sentimento traduziu-se em um movimento que conseguiu a doação de um terreno no Vale do Cuiabá, na região de Petrópolis, e a mobilização dos recursos financeiros e materiais para se construir um condomínio no local capaz de realocar parte das famílias desabrigadas, em residências no tamanho médio de 70m² cada.
Esta iniciativa, realizada pelo Instituto da Criança, contou com o apoio do empresário Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, como idealizador e importante parceiro.  Assim, conjuntamente, articulamos e realizamos os necessários esforços junto aos empresários, a sociedade civil e o poder público para construir e entregar as famílias 24 casas com qualidade.

Como foi o processo de escolha das famílias desabrigadas pela tragédia de 2011 que seriam beneficiadas?
PW: A equipe do Instituto da Criança, com o apoio de uma assistente social do SESI/RJ, realizou um levantamento socioeconômico de todas as famílias desabrigadas da região do Vale do Cuiabá. Para elaboração da lista de beneficiados, foram analisados os seguintes aspectos: 1) ser família moradora do Vale do Cuiabá na época da tragédia; 2) perdas humanas e materiais na família; 3) capacidade de recuperação da família; 4) renda da família; 5) existência de filhos com necessidades especiais.

Sabe dizer quantas famílias foram prejudicadas com a tragédia? Existe a intenção de continuar com este projeto nos próximos anos e beneficiar outras famílias?
PW: Foram afetadas, diretamente, na região de Itaipava, cerca de 200 famílias. Recentemente, o projeto original foi alterado quando o Instituto da Criança doou uma área de 27 mil metros do para o Governo do Estado do Rio de Janeiro para que a Secretaria Estadual de Obras construa aproximadamente mais 50 casas pré-fabricadas nesta área. Ao final, teremos 74 famílias da região contempladas.

Como o Instituto da Criança utiliza as redes sociais hoje em dia?
PW: Uma das principais funções das mídias sociais é permitir a interação entre os usuários e o compartilhamento das mais variadas informações. As redes nos permitem o acesso a vídeos, imagens, além de apresentar diversos resultados. Por isso, são, cada vez mais, importantes como forma de articulação dos atores sociais. Destacamos ainda que parcerias com empresas do Segundo Setor que fazem parte da nossa rede são muito favoráveis neste ambiente no sentido de que mais pessoas passam a conhecer as ações sociais do Instituto da Criança. Afora isso, a empresa divulga um conteúdo diversificado com informações relevantes, associando sua marca à Responsabilidade Social.

O Instituto da Criança está entre as 100 melhores ONGs do mundo, segundo o The Global Journal. O que este título representa para a organização e o que você avalia como essencial para conquistar tal reputação?
PW: A conquista deste título é um reconhecimento ao modelo de governança construído pelo esforço dos nossos colaboradores e parceiros ao longo desses anos de trabalho. Em uma avaliação, simplificada e objetiva, reconhecemos que o nosso poder de articulação associado a força de nossa rede contribuíram para alcançarmos esta posição. No fundo, este título nos deixou felizes e estimulados ao nosso aprimoramento em busca de uma permanente evolução.

Quais projetos educacionais e projetos de desenvolvimento comunitário são realizados pelo Instituto da Criança atualmente?
PW: O Instituto da Criança desenvolve seus próprios projetos educacionais, em parceria com empreendedores sociais. São estes:
– Espaço Cidadão: com foco em adultos, promove debates por meio de sete encontros onde são abordados temas como família e convivência, economia doméstica e planejamento familiar. Nos onze anos de sua existência cerca de 12 mil cidadãos foram atendidos.
– Hora da Leitura: iniciado em 2008, tem o objetivo de fomentar o hábito de ler em crianças e jovens das escolas municipais do Rio, 5 mil crianças já passaram por suas aulas.
– Pense Alto: criado em 2008, oferece capacitações e cursos profissionalizantes a jovens de 18 a 25 anos. Cerca de 200 jovens já passaram pelo projeto.
Quanto aos projetos de desenvolvimento comunitário, temos o #minhaajudasuacasa que tem como objetivo fornecer doações de acordo com a necessidade de cada região afetada pela região serrana do Rio, através da entrega de kits domésticos compostos por geladeira, fogão, cama, armário, colchão entre outros itens, às famílias vítimas das tragédias. Já foram entregues, em dois anos, 450 kits. O outro projeto é o Nosso Cuiabá, que tem como objetivo atender as famílias vítimas daquele temporal, contribuindo para o resgate da dignidade e da cidadania dos desabrigados.

Além da infraestrutura, o “Projeto Nosso Cuiabá” disponibiliza algum outro tipo de assistência ou ajuda às famílias que são favorecidas?
PW: O Projeto sempre teve muito cuidado com as famílias atingidas pela tragédia de 2011. Ainda que não fosse diretamente com todos, procuramos evitar especulações, promessas e exposições desnecessárias. No entanto, estamos, via projeto #minhaajudasuacasa, construindo uma cozinha industrial para uma das moradoras a fim que possa restabelecer seu meio de geração de renda. Pretendemos realizar ainda novas ações de recuperação de oficinas, pequenos comércios, confecções entre outros ambientes destruídos pela enchente.

Como empresas e pessoas físicas podem apoiar o Instituto da Criança?
PW: Pessoas físicas podem contribuir participando das campanhas sazonais; realizando doações de materiais; realizando doações financeiras sendo um mensalista ou, em datas comemorativas, elegendo o Instituto da Criança como receptor dos seus presentes, através de doações financeiras da campanha Muitas Felicidades e  participando das redes sociais.
Já as empresas podem contribuir com o investimento financeiro no Programa de Cotas compartilhando os resultados apontados no Balanço Social; propondo aos funcionários que ingressem na campanha Salário Solidário, onde o colaborador destina uma doação mensal debitada no holerite; através da parceria pro-bono em produtos e/ou serviços; patrocinando um projeto ou programa selecionado pela instituição, entre outros.

 

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